Em tempos de crise algumas empresas suspendem suas ações de comunicação, pressionadas por redução nos custos. O que é um erro, pois este é exatamente o momento em que a organização deveria estar mais próxima de seus públicos – clientes, funcionários, comunidade, imprensa e formadores de opinião, dentre outros -, para evitar maiores perdas de negócios, de prestígio, de talentos. Em época de retração geral do mercado, investir na comunicação é mostrar que se está vivo e forte, que a vida (e a empresa) continua.
É hora de a empresa reforçar imagem e posicionamento, estreitar relacionamentos, mostrar produtos ou serviços, fazer-se presente, ativa e inserida no dia a dia dos seus públicos.
Na comunicação interna, o desafio de manter as iniciativas em tempos de crise é ainda maior. A verba destinada pelas empresas para a comunicação interna é pequena e quase sempre é a primeira a entrar na lista de cortes.
A comunicação interna também não pode parar quando mais se precisa dela. As incertezas minguam o sentimento de pertença, comprometem o desempenho das pessoas e dificultam a continuidade dos projetos. O funcionário precisa estar no centro do esforço de comunicação da empresa em momentos de crise.
Comunicação e crise: fazer mais com menos para informar o colaborador
Na maioria das empresas, a comunicação interna já está acostumada com verbas restritas e a equipe usa de criatividade para fazer a informação circular e conquistar a atenção do empregado. Não é uma tarefa fácil. As plataformas digitais, ágeis e interativas, roubam a atenção do público com informações extra-empresa.
Sem empregar investimentos em mídias ou recursos mais sofisticados, a comunicação interna pode adotar uma receita simples: abordagens criativas, humanização das ações informativas, layouts modernos das comunicações e eficiência na distribuição de peças.
O importante é não abandonar o diálogo constante com o colaborador, dar respostas, preencher o vazio com informações que norteiem o trabalho que estão executando. Na crise, é preciso que a comunicação interna aponte o rumo da empresa.
Presas no que seria o layout ideal ou mais atraente, muitas áreas de comunicação esquecem o poder que tem a comunicação face a face, aquela velha e básica reunião de cinco minutos nas áreas ou um simples bate papo feito pelo coordenador à respeito de algum assunto importante da empresa. Isso sim, tem atratividade: um conteúdo de relevância sendo repassado presencialmente pela chefia direta. Tudo sem gerar custo.
Comunicação eficiente não é comunicação de alto custo
Investir em comunicação durante a crise é essencial para que as empresas mantenham a autoestima de suas equipes e para se mostrarem fortes e engajadas com os seus públicos. Como vimos, comunicação eficiente não é necessariamente comunicação de alto custo. O importante é desenvolver o relacionamento nesse momento, estabelecer de forma mais simples e prática o diálogo com o funcionário e deixar os planos que envolvem ações com custos maiores para momentos futuros. Portanto, mais do que empregar recursos financeiros é necessário dedicar tempo, transparência, intencionalidade e abertura para a comunicação interna em tempos de crise.